sexta-feira, 27 de maio de 2011

Postagem do Saúde com a Dilma

O dilema sanitarista

TweetRoberto Passos faz um breve histórico do movimento sanitário e discute os dilemas atuais do movimento por Roberto Passos Nogueira, (Presidente do CEBES) Quando há quase quarenta anos, Sérgio Arouca tratou do dilema preventivista em sua famosa tese de doutorado, o...
Roberto Passos faz um breve histórico do movimento sanitário e discute os dilemas atuais do movimento
por Roberto Passos Nogueira, (Presidente do CEBES)
Quando há quase quarenta anos, Sérgio Arouca tratou do dilema preventivista em sua famosa tese de doutorado, o que quis pôr em evidência foi o fato de que o movimento da medicina preventiva tinha um limite que jamais conseguia ultrapassar: o individualismo. Por mais que avançassem as tecnologias e as práticas destinadas a evitar certas enfermidades, o olhar do médico preventivista não era diferente daquele da medicina clínica e se dirigia apenas a cada paciente. Sua visão de mundo se filiava consciente ou inconscientemente ao liberalismo, sendo incapaz de descortinar uma ação ampla e maciça do Estado em prol da saúde da população.
O movimento sanitário foi capaz de ultrapassar esse limite individualista, ao formular a estratégia de ação política de mudança do conjunto do sistema de saúde. Não por outra razão, foi decidido e demarcado teoricamente que nosso campo de atuação seria o da saúde coletiva. A questão da saúde foi erguida ao plano das questões de relevância social e política, deixando de ser considerada algo peculiar à esfera da competência dos médicos. O movimento entendeu que a democratização do país e o estabelecimento de um sistema de saúde voltado para a cidadania, com base na equidade, deveriam ser alcançados de forma simultânea, o que implicava numa configuração constitucional do direito à saúde.
Desde então, a sociedade brasileira mudou muito e mudou igualmente o sistema de saúde, que, infelizmente, acabou por assumir uma estrutura dualista: de um lado, o SUS, de outro, os planos privados. Mas algo não mudou: a medicina em suas características essenciais. Nos anos 1970, indicávamos essas características da medicina vigente mediante expressões como estas: biologicista, tecnicista, intervencionista, individualista, não-humana.
A medicina conta atualmente com mais recursos para impor e expandir esse paradigma denominado muitas vezes de flexneriano. Mas tais características não decorrem apenas das reformas introduzias pelo Relatório Flexner nos Estados Unidos. Na verdade, a medicina flexneriana apenas fez avançar os pressupostos filosóficos da “medicina científica”, forjada na Europa a partir do nascimento da clínica ao final do século XVIII.
É nesse ponto que surge o dilema sanitarista. Continuamos a lutar por um sistema de saúde que no seu aspecto operacional depende de uma medicina que está de costas para aquilo que é o homem como ser social, livre e digno. Mas não se deve entender esta observação como uma reivindicação meramente humanista, pois ela constitui um reclamo político.
Mais do que nunca, estamos diante da Medicina do Capital, título de uma obra de J. Polack lida com muito interesse nos cursos do Instituto de Medicina Social da UERJ dos anos 1970. Sabemos que é essa a medicina que está sendo brindada a todos os usuários do SUS e que está subordinada por inteiro à dinâmica capitalista, em função das novas tecnologias e dos altos custos decorrentes do pagamento dos direitos de propriedade intelectual. A isto se soma a avalanche de processos judiciais que obrigam a usar tecnologias de ponta e fármacos recém-inventados cuja eficácia nem sequer está comprovada.
O movimento sanitário está bem ciente de tudo isso, tanto é assim que, ao longo das duas últimas décadas, seus integrantes esboçaram inúmeras reações mais ou menos organizadas diante desse dilema. Algumas dessas reações devem ser aqui nomeadas: o movimento anti-nosocomial, em toda sua extensão e variedade de propostas; o resgate das medicinas alternativas ocidentais e orientais (incluindo a homeopatia); as diferentes iniciativas da bioética; o projeto de humanização do SUS; a doutrina da integralidade da atenção à saúde; a redefinição do conceito de cuidado, etc.
Enfim, não foram poucas as formas de contestação teórica e prática ao modo dominante de praticar medicina e de conceber a saúde. Mas podemos perguntar: elas têm sido suficientes para convencer pelo menos os que atuam no campo da saúde coletiva? Penso que não. Pelo contrário, temo que estejamos caminhando para aceitar que essa realidade da medicina do capital não só é inevitável, mas que representa uma conquista desejável, na medida em o país precisa se desenvolver em todos os planos e competir com outros países, estabelecendo um sólido complexo industrial da saúde, tanto no setor público como no privado.
Pessoalmente, acredito que o movimento sanitário não pode jamais se desvincular da crítica permanente a esse estado de coisas e deve se aliar a todos que buscam formular alternativas à medicina do capital vigente mais que nunca. Para superar o dilema sanitarista, é preciso acreditar, em consonância com o mote do Fórum Social, que é possível outra saúde, em outro mundo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

III Semana Acadêmica da Saúde Coletiva


Pessoal, hoje começa a nossa III semana acadêmica, abaixo a programação, fica o convite!


Abrasco divulga nosso curso via facebook!



Aha, uhu, o ministro é nosso!

No último dia 20/05 o Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha assinou um termo de cooperação entre o Ministério da Saúde e a UFRGS. Essa "parceria" aconteceu por meio do Bacharelado em Saúde Coletiva, do EducaSaúde e da CoorSaúde.    Segundo o professor Ricardo Ceccim essa foto foi tirada a pedido do Dr. Padilha com o intuito de "demonstrar seu interesse no sucesso de nossa agenda local e nacional de formação de sanitaristas", para nossa felicidade!

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"Saia das Filas!"

No primeiro dia de aula do Curso de Análise de Políticas e Sistemas de Saúde - Bacharelado em Saúde Coletiva, levamos um trote no qual tivemos que sair nas ruas e questionar as pessoas sobre o que elas lembram quando pensam no SUS. Entre as sensações mais citadas estavam as filas e esperas. Hoje indo pegar ônibus vi esse anúncio na parada:
Percebo que essa é uma reclamação constante e a promessa de não ter que encarar filas é uma boa estratégia para conquistar clientes. Entretanto, como usuária de um plano privado posso dizer que várias vezes esperei mais de duas horas por um "pronto-atendimento". Essa não é uma fala que pretende desmotivar as pessoas com a idéia de que isso é normal, afinal o tratamento de doença começa desde o momento que você está esperando por ele. É só uma comparação entre o "terrível" serviço público e esse utópico atendimento de serviços pagos.


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Em busca da Saúde..

Nas últimas aulas de promoção e educação em saúde conversamos sobre as indústrias da saúde. As bibliografias falavam muito sobre os medicamentos e a criação desse consumo como necessidade. Entre as discussões levantamos outros segmentos que vem crescendo com essa idéia de saúde relacionada com um estereótipo ideal (novo, magro, bem sucedido..), entre eles a indústria das cirurgias plásticas, dos cosméticos e também dos alimentos, diet, light, integral etc.
Depois dessa reflexão comecei a enxergar o quanto nós estamos inseridos nessa lógica sem nos darmos conta e eis que numa bela tarde de sol no parque acabo eu consumindo um smothie (espécie de suco/ sorvete) vendido na lancheria: "Saúde no Copo" que me tranquilizou quanto as calorias afinal é 100% natural!

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DOE SANGUE!

 
É incrível pensar que um ato tão simples pode ser também tão significante na vida de outra pessoa! Doar sangue é uma forma de "fazer o bem sem olhar a quem" e depois dessa primeira experiência sei que também faz bem pra gente! 

Pra doar sangue os requisitos básicos são:

- documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou carteira nacional de habilitação);
- estar bem de saúde;
- ter entre 18 e 65 anos;
- pesar mais de 50 Kg;
- não estar em jejum; evitar apenas alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação.



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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um passo importante..


Entre tantas notícias pouco agradáveis, eis aqui uma boa nova! Foi reconhecida, mais do que na hora, a união estável entre homossexuais.
Em um país tão preconceituoso, onde leis não dão conta de minimizar tais atitudes (embora eu acredite que isso tem muito mais a ver com a educação que nossas crianças recebem e os valores que são passados a elas), o mínimo que se espera é que a nossa justiça reflita e garanta os direitos civis da população, seja ela branca, negra, rica, pobre, hetero ou homossexual.
Fico feliz por esse pequeno avanço na 'sociedade' e na esperança de que está evolua e possa brevemente garantir todos os direitos que os heterossexuais possuem, tais como o casamento e a adoção! Penso que essa discussão pode ser relacionada aos tantos conteúdos que discutimos sobre gênero.

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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Primeiro Encontro Nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva.

Por acreditar que o relato sobre o 1º ENESC mereça bastante atenção, este ainda não foi postado por falta de tempo. Estou numa correria, cheia de trabalhos de aula, projetos, artigos.. enfim.
De forma sucinta acredito que o ENESC foi um espaço de aprendizado, muito aprendizado.

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